sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Design de Ambientes


Há muito tempo que se houve falar em Arquitetura de Interiores e Design de Interiores, mas nunca cheguei a perceber o que realmente os distinguia. Há pouco tempo, e por estar inserido na área, concluí que um arquiteto de interiores é um individuo que desenha o interior das casas, nomeadamente as paredes falsas, lareiras, pequenos pormenores que fazem toda a diferença dentro de uma habitação. Um arquiteto, de uma maneira geral, preocupa-se mais com o aspeto geral da habitação, concebendo, claro está, o interior, mas sem grandes preocupações.
Um Designer de Interiores sempre pensei que fosse, tal como o Arquiteto de Interiores, um especialistas somente na Arquitetura Interior, mas agora tenho uma abordagem diferente. O DI é um especialistas em relacionar e conjugar a Arquitetura com os desígnios, os objetos: sofás, camas, pratos, flores. A preocupação do DI é fazer com que o espaço fale - Arquitetura e Design de mãos dadas.
O Design e a Arquitetura são duas áreas que estarão sempre cimentadas. O Design de Produto é a produção de Objetos para uso quotidiano ou industrial, ou seja, para indivíduos ou para espaços. Desta maneira, começo a concluir que o Design de Ambientes (Interiores e Exteriores) é a minha área, pois relaciona a Arquitetura com os Objetos. Quando penso num espaço, não consigo separar a mobília do espaço em si, penso que tem que existir uma relação íntima, e ambos têm que conversar, se não o espaço não resulta. O designer de ambientes é o especialista que se interessa tanto por desenvolver a colher do chá, como o papel de parede, como o tratamento da parede bolorenta, como desenhar a lareira – é o designer geral, por excelência. É esta conjugação total de elementos que me intriga e me faz viver intensamente e me faz pesquisar incessantemente sobre o tema.

Existe há pouco tempo esta diferenciação entre o Designer gráfico ou de comunicação, o designer de produto ou ou industrial e o designer de ambientes ou interiores. Na época da Escola de Design de Ulm, ou até mesmo na Bauhaus, haviam imensas disciplinas que se completavam, tornando e formando designers “gerais”. Muitos foram os que estudaram nestas escolas e o resultado que encontramos é imensos objetos de áreas diferentes, mas concebidos pelo mesmo autor. Desde cartazes, a serviços de chá, ambientes, os designers geravam todo o tipo de produtos. Atualmente o paradigma está bastante diferente. Se por um lado a Revolução Industrial veio segmentar as profissões, tornando vários especialistas em várias especialidades diferentes, por outro, a crise social que vivemos, obriga-nos, de alguma maneira a sermos multi-tasking. Não se rejeita um ambiente só porque somos de gráfico, a não ser que não tenhamos mesmo experiencia na área. O caso que conheço, IADE é vocacionado para o Design Gráfico, mas aborda todas as áreas, sendo a de Ambientes só abordada no ultimo ano do curso, não sei se por ser mais complexa, se por não haver muitos interessados. Já na Faculdade de Arquitetura, ao que consta, o curso é vocacionado para o Design Industrial. Contudo, pensa-se que esta segmentação de especialidades não foi grande opção, visto estarmos a ser tão quadrados que, não queremos saber das áreas que estão intrinsecamente ligadas. 

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