Há
muito tempo que se houve falar em Arquitetura de Interiores e Design de
Interiores, mas nunca cheguei a perceber o que realmente os distinguia. Há
pouco tempo, e por estar inserido na área, concluí que um arquiteto de
interiores é um individuo que desenha o interior das casas, nomeadamente as
paredes falsas, lareiras, pequenos pormenores que fazem toda a diferença dentro
de uma habitação. Um arquiteto, de uma maneira geral, preocupa-se mais com o
aspeto geral da habitação, concebendo, claro está, o interior, mas sem grandes
preocupações.
Um
Designer de Interiores sempre pensei que fosse, tal como o Arquiteto de
Interiores, um especialistas somente na Arquitetura Interior, mas agora tenho
uma abordagem diferente. O DI é um especialistas em relacionar e conjugar a
Arquitetura com os desígnios, os objetos: sofás, camas, pratos, flores. A
preocupação do DI é fazer com que o espaço fale - Arquitetura e Design de mãos
dadas.
O
Design e a Arquitetura são duas áreas que estarão sempre cimentadas. O Design
de Produto é a produção de Objetos para uso quotidiano ou industrial, ou seja,
para indivíduos ou para espaços. Desta maneira, começo a concluir que o Design
de Ambientes (Interiores e Exteriores) é a minha área, pois relaciona a
Arquitetura com os Objetos. Quando penso num espaço, não consigo separar a
mobília do espaço em si, penso que tem que existir uma relação íntima, e ambos
têm que conversar, se não o espaço não resulta. O designer de ambientes é o
especialista que se interessa tanto por desenvolver a colher do chá, como o
papel de parede, como o tratamento da parede bolorenta, como desenhar a lareira
– é o designer geral, por excelência. É esta conjugação total de elementos que
me intriga e me faz viver intensamente e me faz pesquisar incessantemente sobre
o tema.
Existe
há pouco tempo esta diferenciação entre o Designer gráfico ou de comunicação, o
designer de produto ou ou industrial e o designer de ambientes ou interiores.
Na época da Escola de Design de Ulm, ou até mesmo na Bauhaus, haviam imensas
disciplinas que se completavam, tornando e formando designers “gerais”. Muitos
foram os que estudaram nestas escolas e o resultado que encontramos é imensos
objetos de áreas diferentes, mas concebidos pelo mesmo autor. Desde cartazes, a
serviços de chá, ambientes, os designers geravam todo o tipo de produtos.
Atualmente o paradigma está bastante diferente. Se por um lado a Revolução
Industrial veio segmentar as profissões, tornando vários especialistas em
várias especialidades diferentes, por outro, a crise social que vivemos,
obriga-nos, de alguma maneira a sermos multi-tasking.
Não se rejeita um ambiente só porque somos de gráfico, a não ser que não
tenhamos mesmo experiencia na área. O caso que conheço, IADE é vocacionado para
o Design Gráfico, mas aborda todas as áreas, sendo a de Ambientes só abordada
no ultimo ano do curso, não sei se por ser mais complexa, se por não haver
muitos interessados. Já na Faculdade de Arquitetura, ao que consta, o curso é
vocacionado para o Design Industrial. Contudo, pensa-se que esta segmentação de
especialidades não foi grande opção, visto estarmos a ser tão quadrados que,
não queremos saber das áreas que estão intrinsecamente ligadas.
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