Hoje estava a viajar no Metropolitano de
Lisboa e, de repente lembrei-me do grande Fernando Pessoa. Questionei-me toda a
viagem, até sair na Alameda, mas porquê Pessoa? Passado algum tempo de andar a
deambular pelas ruas da capital, concluí que o grande Fernando veio-me à
cabeça, pois vi um rapaz de estatura mediana, com um bigodinho clássico, uns óculos pretos tipo “fundo de garrafão”; o
chapéu era emblemático, anos 70, de fazenda pura, possuía também uns
suspensórios alusivos aos lavradores que, estavam coligados a uns calções
também eles de fazenda. Portava uma camisa aos quadrados, tipo pescador. Fantástico!
O grande Pessoa, voltou para a metrópole.
Toda esta nova “moda” Retrô, que não é nada
mais que, ir ao armário do avô e tirar tudo o que lá existe; deixa-me
melancólico a pensar no mundo e, como é que não pessoas que não têm espelhos em
casa. Não, não estou a criticar o humilde rapaz que avistei no metro, estou sim
a dar o meu ponto de vista que, por pouco significante que seja, mostra como
está a moda na “grande cidade cosmopolita”.
Acho ótimo o estilo, eu próprio não resisti à tendência e adquiri uns óculos de leitura, que me remetem também para o estilo Retrô. São azuis e comportam umas hastes grossas, concebidas em massa, mas são elegantes. O rapaz também era elegante, mas não estava de acordo com a sociedade, logo destacava-se negativamente; isto porque, não soube conjugar o paradigma “vestir bem” ou “vestir decentemente”.
O estilo Retrô, com letra maiúscula, chegou a
Portugal por volta de 2007, mas não foi muito bem aceite pela sociedade, nessa
altura. A sua expansão começou somente em 2009, quando grandes marcas de
vestuário, como é o caso da ZARA, Pull & Bear, Springfield, Gant, Pepe
Jeans, H&M, começaram a promover artigos de qualidade superior, mas com o
tal toque Retrô. Chamo Retrô aos padrões florais (que me remetem imediatamente
para William Morris e o papel de parede vegetalista) nas camisas, aos calções e
chapéus estilo camponês, concebidos através de padrões quadrangulares, listas
grossas e listas finas conjugam-se e fazem a harmonia perfeita, com cores
soberanas; os óculos de sol da Rayban Wayfarer ou mesmo os Aviator, também eles
são retrô.
Existe ainda uma panóplia enorme de objetos
incríveis, mas agora não vou enumerar mais. Também se refletiu nos telemóveis,
como é o caso do Nokia 6300, dos relógios Camel Active série 100, e tantos outros.
Será que vai ficar ou é mais um movimento artístico como os outros, que vai e
vem.
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