sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Árvore genealógica | Investigação


Fazemos investigação na área da Genealogia, através de pesquisa de assentos ou registos paroquiais de batismo, de casamento e de óbito, existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e nos Arquivos Distritais. São estas fontes os principais meios da investigação, podendo ser complementadas com outras estruturas.
Nestes registos podemos extrair vários dados como: nomes, idades, naturalidades, filiações, profissões, estatuto socioeconómico, assim como, nomes de padrinhos e testemunhas, causas da morte.
O projeto final poderá ser entregue num modelo de 5, 7 ou 9 gerações, ou noutro modelo acordado com o Cliente. No final entregamos um dossier com toda a informação extraída destes portais documentais, criando uma árvore de costados.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

The Game Fair - hunting animals







Todos os produtos literários, científicos e artísticos são frutos do esforço técnico e intelectual de alguém e por isso são protegidos por lei, garantindo que os autores tenham total propriedade sobre suas obras e o destino delas.

André Lopes Cardoso

segunda-feira, 4 de março de 2019

Conan Osiris, Telemóveis

A abstração pura e dura de uma realidade real

Um título de música que todos achamos um disparate, mas no fim da linha, cada qual tem o seu e, quando não o temos, já não somos os mesmos. O tema de querer "ligar para o céu" é uma analogia e uma "chamada" de atenção enorme, uma vez que, o telemóvel tem evoluído imenso, então "tente-se lá comunicar com um ente querido" - problemática da saudade; por outro lado, passamos horas ao telemóvel e não comunicamos presencialmente com os nossos pares; mais, deixemo-nos de ilusões, e que se utilize o telemóvel para o que realmente importa, tal qual como a Nokia dizia: "Connecting people".


O que se viu em palco, foi um happening de um valor enorme, que cruza um conjunto de artes e temas e que ultrapassa em muito o que é uma canção, tal qual o que acontece com a Ópera – conceito de obra de arte total. A voz de Conan Osiris, ou direi, Tiago Miranda, é extremamente sofrida e envolvente desde o início da atuação, por força também da sua história de vida.
O dançarino João Reis Moreira, aparece como que um alter-ego do cantor, um pouco como a alma do cantor. Excelente dançarino que consegue ter um ritmo muito diversificado, abordando dança contemporânea, étnica ou tribal, ballet clássico, numa mistura singular e até icónica, e que ajuda a colocar toda a performance num patamar superior. 
Várias são as influências músicas nesta música, desde o lusitano Fado, ibéricas de Flamenco, influências arábicas, numa comunicação tão coerente, emocional e eclética.
Se repararmos, a letra é de uma subtileza incrível, abordam-se temas como o Amor, a Saudade, a falta de Comunicação, temas tão presentes na contemporaneidade.

Viva Conan Osiris! Viva Portugal!

https://www.youtube.com/watch?v=RRbrL_eXGZg



sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Casas devolutas em Vila Franca de Xira, dezembro 2018


Há muito tempo que ando para escrever este artigo, tem-me faltado a coragem, pois interesso-me pela minha cidade, mas não me parece que a CM tenha feito pressão junto dos moradores, para que ganhem brio e vontade fazer melhor, numa cidade que é de todos e para todos.

Esta paisagem urbana não cativa, ter-se-á que criar um incentivo para que os moradores mais desinformados consigam reparar as suas habitações.

O problema que encontro é a quantidade de comércio encerrado. Muitas lojas encontram-se para alugar, mas com valores extremamente altos, impróprios para uma cidade com esta dimensão e para o tipo de negócio que aqui se pratica.


Antigo edifício da Barbearia "Atomica", em Vila Franca de Xira. Este espaço em plena Rua Serpa Pinto, em Vila Franca de Xira, aumenta o cenário péssimo de ruína em que a cidade se encontra. Até quando vamos ter que olhar para esta rede horrível?


Esta obra encontra-se começada há mais de 10 anos, junto à Marisqueira União, será para continuar com este aspecto?



É inutil ter um edifício abandonado na principal rua de comércio de Vila Franca de Xira. Este edifício de três pisos e loja (que está a funcionar) foi onde esteve implementado vários anos o Posto Médico e de Vacinação. Se fosse recuperado, poderia albergar algumas famílias...


Este lençol gigante "Mais Habitação Jovem" encontra-se a cobrir o edifício há mais de um ano. para quando uma resolução?


Mais uma obra da Câmara...




Esta era uma carvoaria, agora é uma parede prestes a ruir. O telhado já foi...



Este edifício prestes a ruir encontra-se na travessa da Misericórdia, junto à unica Igreja da cidade que serve o proposto, em dignas condições.

Este edifício sofreu um incêndio há uma série de anos. Localiza-se na Praça Pedro Vitor, uma das mais centrais da cidade. Neste momento é um pombal em ruínas.


Edifício de 2 pisos e loja num dos principais largos da cidade. É ridiculo manter este enorme edificio em ruínas, ainda para mais num sítio com imensa visibilidade, só denigre a cidade e aumenta o cenário "pós-guerra".

Outra na Praça Pedro Vitor

Esta é mesmo à entrada da cidade, junto ao cemitério.



Rua Dr. Miguel Bombarda (Rua Direita)

Rua Dr. Miguel Bombarda (Rua Direita)


Rua Serpa Pinto

Rua Serpa Pinto

Rua Serpa Pinto


Todo um quarteirão que poderia ser potenciado, junto à Estação de Comboios de Vila Franca de Xira. É incrivelmente mau o aspecto que dá à famosa "Rua da Estação" e quantas famílias caberiam em todos estes edifícios?


Assembleia Municipal da Câmara Muncipal de Vila Franca de Xira


Antigo Edifício da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, junto à Igreja Matriz de S. Vicente Mártir.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

sábado, 24 de março de 2018

Capitalismo centralizador e problemas adjacentes


Breves notas sobre a (re)evolução civilizacional
“ Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação.”
 Jacques Yves Cousteau (1910-1997)

Os grandes centros urbanos encontram-se sobrelotados ou superpovoados, quer de edifícios, quer de pessoas, o que faz com que as zonas mais rurais fiquem despovoadas, ou até desertificadas. O despovoamento do interior assume-se como um problema de fortes dimensões, a população vê nas cidades a fonte das suas possibilidades, desencantando-se e desacreditando-se dos potenciais benefícios de viver e trabalhar no campo. Em consequência, descurou-se a qualidade de vida que as zonais rurais oferecem, em prol de um stress citadino, indissociável da manifestação de imensos casos de perturbações mentais.
A falta de emprego nas zonas mais rurais acaba por se revelar num dos factores impulsionadores da imigração: interior-litoral, para as zonas de onde se concentram as maiores cidades. Estes territórios do interior careceram de estudos de oportunidades e viabilidades socioeconómicas e de interesses capazes de garantir a sustentabilidade e autenticidade das populações vernaculares. Esta forte lacuna teve como resultado muitas aldeias que se viram praticamente em estado de abandono.
Sabe-se que a ocupação destes territórios mais remotos tem sido assegurada por estrangeiros que acabam por adquirir quintas e aí se fixam, investindo e criando postos de trabalho, particularmente na área do Turismo. Criam-se Estalagens de Turismo Rural com diversas atividades ao ar livre e puro, atraindo um tipo de turista adepto da vida saudável, que procura um refúgio longe das grandes cidades e que valoriza a Natureza.
Este êxodo rural, fortemente impulsionado pela Revolução Industrial, não está isento da responsabilidade da criação de graves impactes ambientais. A problemática da poluição tem vindo a ser um tema vastamente debatido mas, ao invés de uma reversão nesta matéria no sentido de uma evolução positiva, lê-se que o nosso país, em particular, e o planeta, no geral, estão cada vez mais poluídos. Perceba-se que este índice de poluição, em certa parte, advém de plataformas fabris que, durante e após a Revolução Industrial, não cessam de contaminar o nosso mundo. O uso da máquina “pro-bono”, como sejam os transportes, ou até maquinaria agrícola e industrial, também contribuem para aumentar a pegada ambiental.
Entre os principais factores para este aumento da poluição estão: a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas; a queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus são responsáveis pela emissão de compostos perigosos; os fogos florestais, com especial incidência nos últimos anos, são responsáveis por emissões significativas de CO2; o uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária; as indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são também fontes importantes de emissões de partículas.
Foi no reinado de D. Sancho I (Coimbra, 11 de Novembro de 1154 – Coimbra, 26 de Março de 1211) que se começou a perceber a importância de um povoamento descentralizado, numa tentativa de proteção territorial e da criação de rotas entre cidades chave, garantindo e facilitando trocas comerciais e obviamente a ligação entre todo o território, em condições de segurança.
                  Apelidado de O Povoador, D. Sancho I apadrinhou o povoamento do território português, realizado à medida das conquistas das várias cidades, chamando colonos estrangeiros que distribuiu pelas diversas terras, entregando-lhes o cultivo dos campos, conseguindo assim aumentar não só a população do país, como também a sua riqueza. Por outro lado, D. Sancho I tentou reforçar e proteger as fronteiras do inimigo, para o que decidiu então entregar grandes propriedades no Alentejo aos freires de Évora, verdadeiros profissionais de guerra, e à Ordem de Santiago, para que as defendessem. As zonas de fronteira tinham pouca gente, e estavam portanto à mercê de possíveis invasões, assim D. Sancho I debaixo de uma forte intenção em desenvolver e fortificar aquelas áreas procurou atrair famílias para estas zonas. Para tal concedeu regalias a quem aí se quisesse instalar, tais como terras para cultivo, pastagens, dispensa de pagamento de alguns impostos, perdão de crimes, entre outros.
A centralização de bens e serviços é prática comum que apresenta as suas vantagens, pois concentra-os junto do sistema civilizacional. Por outras palavras, a sociedade acaba por ter acesso à informação mais rapidamente, evitando longos percursos, demorados tempos de viagem e gastos desnecessários. Em contrapartida, com a grande desvantagem de termos o congestionamento da cidade e consequentemente dos sistemas que, à pirori, seriam a vantagem desta centralização. Esta vantagem, torna-se numa grande desvantagem.
A vida moderna, como foi bem foi representada no filme Playtime de Jacques Tati, em 1967, continuará a ser vivida com uma grande dose se solidão, maior do que a vivida nos grandes campos rurais. O Homem moderno é individualista, ainda que viva numa avenida muito povoada ou até num edifício com bastantes fogos, não se perde em saudar os demais transeuntes, antes ignora-os. O smartphone pode afirmar-se como marco civilizacional, pois veio facilitar muito o quotidiano, a questão da velocidade e da portabilidade, por outro lado, veio trazer um novo universo de preocupações. Alimentar as redes sociais, nas quais somos pessoas fictícias e fazemos amizades virtuais, de maneira a acalentar o ego, parecendo assim que estamos rodeados de amigos, o que na verdade não passa de um álbum fotográfico de dezenas de retratos que, na maioria, nem conhecemos.
Escravos de uma sociedade consumista e fútil que vive o momento e que valoriza as relações virtuais ao invés das relações presenciais. As camadas mais jovens integram-se pelos consumos, seja em que formatos forem, gastando tempo e iludindo-se em que estão acompanhadas, quando no final a sua verdadeira companhia consiste numa parafernália de equipamentos ou gadjets que devoram um tempo sem tempo, como que compensando assim o tédio citadino ou uma solidão perpétua. O nosso tempo de hoje é rápido e efémero, gasta-se e pouco ou nada se vive, contrapondo-se a uma elevação dos comportamentos autênticos e ao verdadeiro regresso à “pureza” das coisas da vida.

André Lopes Cardoso
Secretário-Geral da JMP 




quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Manuel Lopes Bexiga, Maltez Rico de Vila Franca de Xira

Manuel Lopes Bexiga

Manuel Lopes Bexiga, nasce a 11 de Abril de 1861 na Quinta de Fernandares, em Santiago dos Velhos, foi baptizado a 29 de Abril do mesmo ano, na Igreja de Santiago dos Velhos pelo Presbítero João José Pereira da Silva. Foi seu padrinho Manuel Lopes e invocou-se para madrinha Nossa Senhora da Conceição, tocou com a prenda da mesma Senhora Manuel Lopes Baixinho, seu tio, casado, lavrador e morador no lugar de A-de-Mourão.
Filho de Manuel José Lopes Bexiga e de Ana Maria Baixinho, perde a sua mãe quando tinha 2 anos de idade. O pai, em 1864, casa em segundas núpcias com Gertrudes da Conceição Lopes. Deste segundo matrimónio nascem: José Lopes Bexiga (c. 1865), João Lopes Bexiga (1867-1956), Maria Lopes Bexiga (c. 1869), António Lopes Bexiga (c. 1869), José Lopes Bexiga (c. 1872), Joaquim Lopes Bexiga (c. 1874).
A relação familiar não era fácil e fez-se “maltês”, saindo de casa antes da idade para casar em busca de novas oportunidades. Em 1896 casa com D. Gertrudes da Conceição em São João dos Montes, em 1896. Deste casamento nascem: Teodora da Conceição Lopes (1897-1989), Maria da Conceição Lopes (1899), Guilhermina da Conceição Lopes (1901-1956), Romana da Conceição Lopes (1903), Marcolina da Conceição Lopes (c.1905), Gertrudes Lopes (1913-1977), Manuel Lopes Bexiga Jr. (1915-1948) e Teresa Lopes (1917); todos com descendência.
Homem de cabelo suavemente ondulado e curto, olhos claros e rasgados, olhar terno e profundo, face queimada do trabalho, coberta de barba rija e suíças à "moda do Ribatejo", disfarçando o queixo saliente, insinuando ligeiro prognatismo, estatura baixa e seca, bem típica da família Lopes.
Confiante e autoritário, responsável e pouco afável, fruto talvez da sofrida juventude que viveu. Quem pelas ruas o admirasse, pensaria decerto que mal passava. De aparência simples, barrete negro sobre a orelha, deambulava pelas ruas da pequena vila, entretido com os negócios que qualquer estranho questionaria.
Tornou-se Lavrador desde tenra idade iniciando a exploração agrícola na zona de Santiago dos Velhos, com base em várias propriedades de família, particularmente a Quinta de Fernandares, Gian, Casal Novo, Terra Grande. Destacou-se no seu tempo pelo trabalho que realizou e pela sua excelente capacidade de gestão de propriedades. Um pequeno império foi crescendo iniciando-se a expansão para a zona de Vila Franca de Xira, à época fora de vasto comércio. Foi então que adquiriu a Quinta da Mata, a Quinta da Valencia e a Quinta da Costa Branca, explorando em todas elas fruta.
Situada em Vila Franca de Xira, a Quinta da Valencia tornou-se a residência oficial de Lopes Bexiga. Uma propriedade bastante grande, confrontada a Norte pela Ribeira de Santa Sofia, a Sul pelo Caminho Velho, atual Rua Dona Froiles Ermiges de Ribadouro, a Oeste pela Quinta do Conde Farrobo e a Este pelo ribeiro.
Manuel Lopes Bexiga à conversa com Padre Ramalho

Os seus bens avultaram-se mais, muitos já caíram no esquecimento. O monopólio que detinha fazia de si um dos homens mais ricos de Vila Franca de Xira. O controlo das propriedades era feito pelo próprio, pelo filho Manuel Lopes Bexiga Jr. e por alguns genros. Tinha também vários foreiros a explorarem os seus terrenos, o que era uma fonte de rendimentos, seja através de dinheiro, seja através de alqueires de produtos agrícolas. Paralelamente às estas actividades agrícolas, fundou uma pequena empresa de Transportes.

Homem de fé e acérrimo crente de Santa Quitéria de Meca (Alenquer), anualmente peregrinava à Basílica, jurando votos para que visse benzido o seu gado.
Embora fosse varão, pensa-se que não terá recebido heranças, mas segundo Graça Soares Nunes (2006) in Vila Franca de Xira, existe uma propriedade registada na Fazenda Nacional de 1841 denominada por Trindade, na qual constam casas e terras na zona de Calhandriz em nome do foreiro Manuel Lopes, presumível pai de Manuel Lopes Bexiga.
Família Bexiga em Meca, Alenquer

Alguns dos seus familiares ainda pensam que ao adquirir uma falsa máquina de “fazer dinheiro”, Lopes Bexiga terá acabado por enlouquecer, ao perceber que teria sido enganado por um presumível amigo, gastando uma fortuna na compra do dito artefacto. A revolta que sentiu quando percebeu que teria sido ludibriado, acabou por o deixar exposto à "loucura".
Manuel Lopes Bexiga tornou-se um dos maiores lavradores da zona de Vila Franca de Xira, ficando conhecido por “Maltez Rico” .
Falece a 20 de Setembro de 1947.


Pelo trisneto,

André Lopes Cardoso