O Design Industrial é como que
uma concepção de objetos para fabrico industrial, tal como o nome indica, por
meio de máquinas, e em série. A profissão de designer tem sofrido várias
alterações ao longo do tempo. Em 1961, o papel do designer consistia em
desenvolver a forma do produto (aparência). O designer é o individuo que
coordena, integra e articula todos os factores que, de uma maneira ou de outra,
participam no processo construtivo da forma de um produto. Preocupa-se também
com factores relativos à utilização, fruição e ao consumo individual ou social
do produto (factores funcionais, simbólicos ou culturais), como os que se
relacionam com a sua produção (factores técnico-económicos,
técnico-construtivos, técnico-sistémicos, técnico-produtivos,
técnico-distributivos). A atividade do designer em coordenar, integrar e
articular os diversos factores está fortemente condicionada pelo modo como a
produção e o consumo de bens se manifestam numa determinada sociedade.
Atualmente verifica-se uma separação
entre idealização e execução. É ainda possível prever que esta
separação entre idealização e execução seja reduzida para dar lugar a uma maior
participação criativa dos trabalhadores e utilizadores.
O designer industrial é como que
um mediador entre as necessidades dos consumidores e dos objetos, entre a
produção e o consumo.
O design industrial faz a ponte
entre a necessidade e o necessário, entre o processo de produção e o processo
de reprodução matéria, emergindo desse processo um “fenómeno social total”.
Como tal não pode ser analisado isoladamente, mas sempre em relação a outros
fenómenos com os quais constituem um único tecido colectivo.
Guten
form foi o primeiro conceito de good design, que surgiu na década de 40
do século XX por Max Bill, Otl Aicher, Inge Aicher-Scholl, entre outros. Este
conceito prende-se em conceber boa quantidade associada `qualidade, por um
preço acessível – industrialização. Para tal, era necessário abdicar da
personalização e adoptar os princípios da massificação – produtos socialmente
transversais que requerem uma apetência para aceitar mais do mesmo.
Em resposta às necessidades dos
princípios da massificação da industrialização surge o conceito de guten form/good design que, sem sair do
modo industrial, cria produtos modernos, esteticamente apelativos, que se
enquadram nas exigências do seu tempo, a um baixo custo, embora seriados e
iguais para todos. Para simplificar todo o processo, há um esforço em
simplificar, racionalizar e depurar os objetos (conceito social e
intelectualmente aliciante).
O conceito de Good Design destacou-se na exposiçãoo de
max Bill na década de 40 do século XX. Bill compreendeu que para implementar o
conceito de goog design era
necessário formar profissionais (a Bauhaus já tinha fechado) e então decidiu
abrir a Escola de Ulm (HFG).
Bill pegou numa escola e num
corpo docente já existente e repensou o processo formativo para dar
continuidade à Bauhaus que tinha sido interrompida pela guerra. A escola contou
com uma conferencia inaugural dada por Walter Gropius. Tomás Maldonado e outros
artistas tomam as rédeas da escola e expulsam Max Bill, por acharem que o
caminho não é voltar ao passado mas sim, formar uma nova classe que fizesse
frente aos engenheiros de produto, mas que também não fossem artistas. Queriam
formar designers industriais! Com esta revolta, dá-se uma viragem de paradigma
da escola, passando da fase artística (Max Bill) para a fase de Maldonado. Este
e Dieter Rams defendiam a superioridade da ética na técnica e na função do
design relativamente à estética. Os designers industriais não podem ser
substituídos por engenheiros. Quando Maldonado entra na direção da Escola de
Ulm faz uma ligação com a Braun.
Segundo Maldonado “(...) design
industrial é uma atividade projectual que consiste em determinar as
propriedades dos objetos produzidos industrialmente. Entende-se por
características formais não só as exteriores, mas também, e sobretudo as
relações funcionais e estruturais que tornam o objeto numa unidade coerente,
quer do ponto de vista do produto, quer do ponto de vista do utilizador. Pois
que, enquanto que a preocupação exclusiva pelas características exteriores do
objeto esconde frequentemente o desejo de o fazer parecer mais atraente ou
mascarar as suas fraquezas construtivas, as propriedades formais de um objecto –
pelo menos como eu as entendo – são sempre o resultado da integração de
diversos factores, sejam eles do tipo funcional, cultural, tecnológico ou económico.
Por outras palavras, enquanto as características exteriores dizem respeito a
qualquer coisa que aparente ser uma realidade estranha, isto é, algo desligado
do objecto e que não se desenvolveu conjuntamente com ele, as propriedades
formais, pelo contrário, constituem uma realidade que correspondem à organização
interna, lhe é intimamente vinculada e conjuntamente desenvolvida.” (Maldonado,
Tomás)
Este conceito de Maldonado vai de
encontro ao conceito de good design, pois
revela uma intima relação entre a forma e a função. Enquanto que o Stylling se preocupa unicamente com o
exterior do objecto, o good design
preocupa-se com as suas características construtivas, requerendo também uma
forma ou aspecto exterior.
Os princípios de good design, segundo Dietr Rams:
O Bom Design é...
1) inovador
2) tornar útil um produto
3) estético
4) compreensível
5) discreto
6) honesto
7) durável
8) consistente
9) amigo do ambiente
10) é menos design
O conceito de good design tornou-se então numa moral,
ou seja, os objetos que pertencessem a este grupo (Max Bill) não podiam sequer
ser considerados design. Houve uma rejeição a todos os registos por parte dos
designers que contaminam os restantes grupos sociais (em especial a sociedade
média-alta, que surgiu no pós-guerra e era um grupo bem instruído e
remunerado).
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