domingo, 24 de março de 2013

Ode aos "pequeninos"


Se por vezes penso que esta minha terra é a minha âncora,
Por outras penso que é a minha revolta
A carência de Oportunidades, de Respeito, de Maneiras,
Ocorre o ato de exortação do demo terrível e admirável que habita em mim,
Belzebu que me transforma em horrendo, que coroe os meus entes íntimos,
O demo que transforma o meu universo.
O Mundo não só é feito de boas maneiras,
Não basta mastigar de boca fechada,
Não arrotar ar, como verbalizar frases sem sentido,
Não trocar de roupa e calçar chinelos momentos antes de ir dormir,
Não deitar no sofá social como se estivéssemos numa palhoça,
Não espantar os curiosos, e não quadrilheiros de aprender mais e mais,
Não reconhecer o talento que poucos têm, mas que muitos apregoam fruir.
O Mundo é feito de coisas agradáveis e pérfidas,
Cada um escolhe o caminho a escoltar,
Se por um lado erramos, por outro aprendemos a tentar não desacertar,
Não basta ser criativo com as Artes, com a Escrita, a Pintura, o Design,
A doutrina Criticista terá de povoar intrinsecamente o nosso popular “eu”,
Não poderá ser desarticulada, nem mal interpretada,
Cidadãozinhos”

O destino é esboçado por nós, seres pensantes, capazes de talhar de jeito nato,
Cada dia, cada passo, cada batalha, cada ápice, cada conquista,
É a maneira de como nos expomos à sociedade.

A fina flor do vaso podre que acaba de florescer, mas com paredes arruinadas
Não mais é que gente maldizente que delonga o escândalo para desdenhar,
Não mais são que agiotas invejosos, que não conseguem ser tão entendidos e perfeitos ao ponto de injuriar as almas que tentam levar a vida ao abrigo;
A história é feita de trovoadas, mas também de quietações,
Quando vier a calma, desancorarei a pesada âncora.

André Lopes Cardoso

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