Se
por vezes penso que esta minha terra é a minha âncora,
Por
outras penso que é a minha revolta
A
carência de Oportunidades, de Respeito, de Maneiras,
Ocorre
o ato de exortação do demo terrível e admirável que habita em mim,
Belzebu
que me transforma em horrendo, que coroe os meus entes íntimos,
O
demo que transforma o meu universo.
O
Mundo não só é feito de boas maneiras,
Não
basta mastigar de boca fechada,
Não
arrotar ar, como verbalizar frases sem sentido,
Não
trocar de roupa e calçar chinelos momentos antes de ir dormir,
Não
deitar no sofá social como se estivéssemos numa palhoça,
Não
espantar os curiosos, e não quadrilheiros de aprender mais e mais,
Não
reconhecer o talento que poucos têm, mas que muitos apregoam fruir.
O
Mundo é feito de coisas agradáveis e pérfidas,
Cada
um escolhe o caminho a escoltar,
Se
por um lado erramos, por outro aprendemos a tentar não desacertar,
Não
basta ser criativo com as Artes, com a Escrita, a Pintura, o Design,
A
doutrina Criticista terá de povoar intrinsecamente o nosso popular “eu”,
Não
poderá ser desarticulada, nem mal interpretada,
“Cidadãozinhos”
O
destino é esboçado por nós, seres pensantes, capazes de talhar de jeito nato,
Cada
dia, cada passo, cada batalha, cada ápice, cada conquista,
É a
maneira de como nos expomos à sociedade.
A
fina flor do vaso podre que acaba de florescer, mas com paredes arruinadas
Não
mais é que gente maldizente que delonga o escândalo para desdenhar,
Não
mais são que agiotas invejosos, que não conseguem ser tão entendidos e
perfeitos ao ponto de injuriar as almas que tentam levar a vida ao abrigo;
A história
é feita de trovoadas, mas também de quietações,
Quando
vier a calma, desancorarei a pesada âncora.
André Lopes Cardoso