sexta-feira, 26 de abril de 2013

GONÇALO!


Como já reparam o nosso blog mudou de cara, fornecendo-lhe assim uma aparência mais séria. Espero que gostem!

Queria ainda declarar que as vossas mensagens são uma mais valia para continuarmos a trabalhar no sentido de oferecer uma variedade alargada de temáticas relacionadas com a Cultura Popular Portuguesa e, claro está, com o Design Português, Arquitetura e áreas adjacentes. É bom receber feedback, tanto positivo, com menos positivo, fazendo com que melhoremos as nossas investigações, as nossas experiências.

Hoje deixo-vos um tema que gosto imenso, pois estão em imensos sítios, mas na verdade não existe muita informação sobre elas, apesar de serem bastante contemporâneas. No entanto, com alguma pesquisa bibliográfica conseguiu-se reunir alguma informação interessante.

Quero ainda pedir, para quem utilizar a informação que se encontra neste blog, disponível a todos os visitantes, quer em Portugal, quer no estrangeiro, que REFERENCIE a fonte de busca, não é complicado e evita chatices. Para quem não sabe referenciar uma fonte consultada, basta fazer (neste caso):

(André Lopes Cardoso, 2013) in concept-board.blogspot.pt, acedido a 26 de Abril de 2013.




A cadeira Gonçalo, como é vulgarmente conhecida é a cadeira apanágio portuguesa, utilizada principalmente em esplanadas, pois é ergonómica, altamente resistente às alterações climatéricas e é empilhável, sendo fácil a sua arrumação. As suas linhas são muito simples, no entanto reveladoras de um aprofundado conhecimento sobre física e resistência dos materiais, devido às arriscadas dobras dos tubos que a constituem. A estrutura é toda concebida em metal, composta por quatro elementos: um tubo posterior que formaliza as pernas traseiras, o apoio de braços e o contorno superior do encosto; outro tubo que define as duas pernas anteriores e o contorno posterior do assento; um encosto curvo e ligeiramente inclinado que é fixo ao tubo; assento ligeiramente reclinado com bordo dianteiro curvo. As primeiras cadeiras tubulares deverão ter chegado a Lisboa durante os anos 30 do século XX, provenientes da Bauhaus, mas cedo se difundiram por todo o país. Em meados dos anos 50, Gonçalo Rodrigues dos Santos criou então a cadeira, que só se viu registada nos anos 90 pela Arcalo[1], sendo atualmente um dos fabricantes deste exemplar. A sua proliferação foi grande, mas nos anos 70 do século XX sentiu-se uma enorme quebra na produção da Gonçalo, devido ao advento do Plástico e das cópias massivas. Somente nos anos 90 renasceu o interesse por este ícone do Design Português, talvez com o advento do Centro Cultural de Belém e da Expo 98, pois todas as suas esplanadas eram equipadas com Gonçalas (Soares & Ermanno, 2005).

“... a cadeira de esplanada, em tubo de aço dobrada, que na década de 40 povoou o espaço exterior do Café Lisboa, na Av. Da Liberdade, e se distribuiu depois por todo o país, é design português da autoria do mestre serralheiro Gonçalo Rodrigues dos Santos que de um anonimato, passa agora a chamar-se “Gonçalo”...”
                                        Arcalo, 2005, in Arcalo

Atualmente a cadeira Gonçalo é muito procurada e existe em vários materiais e acabamentos como madeira, chapa de inox, várias colorações, entre outras especificações.






André Lopes Cardoso



[1] É uma empresa especialista há mais de 50 anos na produção de mobiliário de exterior. A Arcalo foi uma das principais empresas produtoras da cadeira Gonçalo, tendo sido posta à prova durante a Expo 98, pois teve de conceber cerca de 9000 exemplares Gonçalo, atingindo assim um lugar de topo a nível nacional na produção de mobiliário de exterior. Atualmente já se encontram a produzir novos modelos de cadeira e mesas, com recurso a materiais superiores como o alumínio e o inox, realizando projetos completos para esplanadas com novos detalhes que fazem toda a diferença.

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