O papel de parede é dos materiais que é
mais utilizado pelos designers contemporâneos no revestimento de paredes, tanto
pela sua versatilidade como pela facilidade de aplicação. A vasta gama de
padrões que nos é oferecida, acaba por ser uma grande vantagem, podendo
coadunar-se o papel a qualquer tipo de ambiente. Para além disso, é um material
bastante resistente contra a Humidade e de fácil lavagem.
Sabe-se
que a sua primeira aparição foi na China, cerca de 200 a.C., mas a sua produção
era muito arcaica, através de papel de arroz, totalmente branco, sem recurso a
detalhes ornamentais. Mais tarde, passou a ser produzido com pergaminho
vegetal, adquirindo coloração e motivos variados. Os desenhos que patenteavam
estes papéis decorativos eram desenhados à mão levantada por artesãos;
posteriormente surgiram carimbos de madeira, os quais eram mergulhados em
tinta, imprimindo-se assim motivos nos ditos pergaminhos, criando papéis
únicos. Estes papéis eram adquiridos por mandarins e comerciantes com posses (História do Papel de Parede, 2012).
A
tendência do papel decorativo de parede só chegou mais tarde à Europa, só por
volta dos séculos XVI e XVII, através de comerciantes árabes, os quais teriam
aprendido a arte de decorar o papel com os chineses, através dos contactos que
mantinham. Esta tendência passou a pontuar muitas paredes de casas europeias,
substituindo as tapeçarias. Os motivos existentes eram poucos, mas a partir de
1500, com as influências renascentistas em França, começaram-se a produzir
padrões totalmente europeus, a pedido de Francisco I, contrariando a conhecida
produção chinesa, conhecida por chinoisserie.
A primeira fábrica de papel de parede foi fundada em 1630, em Roven, França.
Mais tarde, em 1634, a Inglaterra começou a produzir os seus próprios papéis de
parede, inspirados nos papéis franceses. O Chippendale foi o papel mais vendido
em Inglaterra, também ele inspirado no Rococó francês, desenhado por Thomas
Chippendale (1718-1779), um marceneiro britânico de elevada reputação.
Posteriormente, a máquina de impressão inventada por Konig melhorou imenso as
técnicas de fabricação de papel, criando novos motivos ornamentais,
transparências, sobreposições, relevo, conhecido como flock. O advento da industrialização acabou por devastar estas
artes, mas William Morris, fundador do movimento Arts & Crafts, tentou
combater esta industrialização, criando artesanato criativo, retornando ao
artesanato, como solução ao adágio da máquina. Naquela época, Morris
inspirou-se nos padrões florais, alegres, conhecidos como chintze, mas não teve grande sucesso (História do Papel de Parede, 2012).
O papel pintado pode ser aplicado em
qualquer divisão, com recurso a alguns materiais que facilitam a operação:
raspador triangular, faca de pintor, régua, colher, gesso ou estuque,
detergente, papel de vidro, tesoura ou x-ato, fio-de-prumo,
rolete, escabelo, escova. Normalmente é utilizada uma mesa para se dar cola ao
papel com auxílio de um rolo ou pequena
vassoura, o mesmo procedimento é feito na parede. Aquando da colocação do
papel, tem-se de precaver para que o papel não fique enfolado e com bolhas de
ar, este procedimento pode ser auxiliado por uma esponja. A manutenção é
relativamente simples, para remover o pó basta passar um pano ou aspirador, no
caso de manchas, pode-se passar sabão e água, se for impermeável; no caso de
marcas de dedos, uma borracha de lápis resolve o problema, apagando de cima
para baixo, sem pressionar muito o papel (Vernon & David,
1970).
A
venda do papel decorativo chega através de rolos, normalmente de 0,50m de
largura por 10m de comprimento; assim terá de se calcular a altura da parede a
aplicar e a área da divisão, percebendo-se rapidamente a quantidade de rolos de
papel que se terá de obter. O plástico decorativo adesivo é outro tipo de papel
de parede, mas é utilizado como efeito ornamental. A sua aplicação é semelhante
à do papel de parede, mas os motivos são diferentes, normalmente figurativos,
utilizados tanto em azulejos como em estuque (Vernon
& David, 1970).
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Chippendale |
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Flock |
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Flock |
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William Morris |
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William Morris |
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Chippendale |
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Chippendale |
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