terça-feira, 9 de julho de 2013

Papel de Parede


O papel de parede é dos materiais que é mais utilizado pelos designers contemporâneos no revestimento de paredes, tanto pela sua versatilidade como pela facilidade de aplicação. A vasta gama de padrões que nos é oferecida, acaba por ser uma grande vantagem, podendo coadunar-se o papel a qualquer tipo de ambiente. Para além disso, é um material bastante resistente contra a Humidade e de fácil lavagem.
                  Sabe-se que a sua primeira aparição foi na China, cerca de 200 a.C., mas a sua produção era muito arcaica, através de papel de arroz, totalmente branco, sem recurso a detalhes ornamentais. Mais tarde, passou a ser produzido com pergaminho vegetal, adquirindo coloração e motivos variados. Os desenhos que patenteavam estes papéis decorativos eram desenhados à mão levantada por artesãos; posteriormente surgiram carimbos de madeira, os quais eram mergulhados em tinta, imprimindo-se assim motivos nos ditos pergaminhos, criando papéis únicos. Estes papéis eram adquiridos por mandarins e comerciantes com posses (História do Papel de Parede, 2012).
                  A tendência do papel decorativo de parede só chegou mais tarde à Europa, só por volta dos séculos XVI e XVII, através de comerciantes árabes, os quais teriam aprendido a arte de decorar o papel com os chineses, através dos contactos que mantinham. Esta tendência passou a pontuar muitas paredes de casas europeias, substituindo as tapeçarias. Os motivos existentes eram poucos, mas a partir de 1500, com as influências renascentistas em França, começaram-se a produzir padrões totalmente europeus, a pedido de Francisco I, contrariando a conhecida produção chinesa, conhecida por chinoisserie. A primeira fábrica de papel de parede foi fundada em 1630, em Roven, França. Mais tarde, em 1634, a Inglaterra começou a produzir os seus próprios papéis de parede, inspirados nos papéis franceses. O Chippendale foi o papel mais vendido em Inglaterra, também ele inspirado no Rococó francês, desenhado por Thomas Chippendale (1718-1779), um marceneiro britânico de elevada reputação. Posteriormente, a máquina de impressão inventada por Konig melhorou imenso as técnicas de fabricação de papel, criando novos motivos ornamentais, transparências, sobreposições, relevo, conhecido como flock. O advento da industrialização acabou por devastar estas artes, mas William Morris, fundador do movimento Arts & Crafts, tentou combater esta industrialização, criando artesanato criativo, retornando ao artesanato, como solução ao adágio da máquina. Naquela época, Morris inspirou-se nos padrões florais, alegres, conhecidos como chintze, mas não teve grande sucesso (História do Papel de Parede, 2012).
O papel pintado pode ser aplicado em qualquer divisão, com recurso a alguns materiais que facilitam a operação: raspador triangular, faca de pintor, régua, colher, gesso ou estuque, detergente, papel de vidro, tesoura ou x-ato, fio-de-prumo, rolete, escabelo, escova. Normalmente é utilizada uma mesa para se dar cola ao papel com auxílio de um rolo ou pequena vassoura, o mesmo procedimento é feito na parede. Aquando da colocação do papel, tem-se de precaver para que o papel não fique enfolado e com bolhas de ar, este procedimento pode ser auxiliado por uma esponja. A manutenção é relativamente simples, para remover o pó basta passar um pano ou aspirador, no caso de manchas, pode-se passar sabão e água, se for impermeável; no caso de marcas de dedos, uma borracha de lápis resolve o problema, apagando de cima para baixo, sem pressionar muito o papel (Vernon & David, 1970).
                  A venda do papel decorativo chega através de rolos, normalmente de 0,50m de largura por 10m de comprimento; assim terá de se calcular a altura da parede a aplicar e a área da divisão, percebendo-se rapidamente a quantidade de rolos de papel que se terá de obter. O plástico decorativo adesivo é outro tipo de papel de parede, mas é utilizado como efeito ornamental. A sua aplicação é semelhante à do papel de parede, mas os motivos são diferentes, normalmente figurativos, utilizados tanto em azulejos como em estuque (Vernon & David, 1970).

Chippendale

Flock

Flock

William Morris

William Morris

Chippendale

Chippendale



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