domingo, 20 de maio de 2012

Adolf Loos



Por volta da (1900) viragem do século XIX para o século XX, não existia uma linha projectual coerente entre os diversos criadores. A obra de Adolf Loos surgiu na sequência do movimento Arte Nova1. A obra de Loos faz, por isso, a ponte entre o movimento Arte Nova e o Modernismo.

A principal preocupação de Loos foi o Ornamento. Para o arquitecto, o ornament era um desperdício de tempo, de energia, de matéria; para Loos o material deveria ser valorizado e não o acabamento, daí ter o seu foco nas formas simplistas e depuradas.

Adolf Loos nasceu em Brno, na Morávia, em 1870. Estudou durante alguns anos Arquitectura em Dresden, na Alemanha. Em 1892 deslocou-se para os Estados Unidos da América, de modo a conhecer uma nova cultura e também para aprofundar a sua teoria noutros exemplos de Arte, que não os europeus.

Em 1896 voltou para a Europa, onde começou a trabalhar com o mestre Karl
Mayreder, mas não demorou muito tempo até conseguir arranjar o seu próprio atelier em Viena. Este passo foi um dos mais importantes que Loos deu na sua carreira, pois foi aqui que começou a opor-se ao movimento da Secessão Vienense; acabou por fundar a sua própria escola de Arquitectura.
Em 1897, Loos começou com a sua publicação de artigos polémicos, que viriam a ser responsáveis pela sua reputação internacional. A sua principal crítica à Arte assenta no excesso de decoração, no Design concebido em Viena e nos mais recentes produtos dos movimentos da Secessão Vienense e da Art Noveau.

Todas estas reflexões críticas culminaram num ensaio, denominado “Ornamento e Crime”. Ensaio este que foi publicado em 1908; uma importante marca na evolução da Arte e por conseguinte um documento fulcral para a literatura modernista.

Adolf Loos foi um dos primeiros arquitectos a reagir contra o rebuscamento da Art Noveau. Assim, cria maneiras para alterar a mentalidade da época. Deixou imensos documentos críticos relativamente à Arte que se assumia na Europa, de modo a que os novos artistas não seguissem as pisadas dos antigos.

Por volta de 1922, Loos viaja para França, onde permanece durante cinco anos. Em França, integra-se entusiasticamente no movimento avant-garde, influenciando grandes nomes da arquitectura, como por exemplo, Le Corbusier.

Loos tinha uma mentalidade muito à frente da época em que vivia, daí pensar mais além do que os demais arquitectos da sua geração.
Só aos sessenta anos (1930) é que Adolf Loos é oficialmente reconhecido como grande nome da arquitectura vienense. Os seus ensaios e críticas foram compilados em volume no ano seguinte.
Loos morre a 23 de Agosto de 1933, em Kalksburg.



Villa Muller, República Checa, 1930 (exterior)

Villa Muller, República Checa, 1930 (interior)

A Arte Nova foi a principal manifestação cultural desta época. Surgiu um pouco por toda a Europa, nos finais do século XIX. Foi um movimento bastante importante, pois devido à Revolução Industrial, começaram-se a utilizar novos materiais, nomeadamente o vidro e o ferro. Este movimento caracteriza-se pela utilização de formas orgânicas, formas muito ligadas à Natureza. Valorizava-se o trabalho artesanal, pois a sociedade já
estava a confrontar-se com o problema da produção em série, produção considerada sem personalidade artística.
Todo este desenvolvimento, resultante da Revolução Industrial, foi muito importante para a Arte mas, segundo Loos, o ornamento aplicado neste movimento (Arte Nova) é excessivo e deprimente.

O movimento Arts & Crafts (Artes e Ofícios) foi outra das heranças culturais desta época. Surgiu no Reino Unido, como forma de contrariar a mecanização da produção, valorizando a produção artesanal. Durou pouco tempo, mas deixou marcas, pois foi a partir do movimento Arts & Crafts que surgiu o movimento Arte Nova.
Adolf Loos em 1892 mudou-se para os Estados Unidos da América, de modo a enriquecer-se culturalmente. Lá trabalhava como pedreiro, mas o seu principal objectivo era verificar a Arte, pois a Arte praticada na Europa estava “intoxicada”.
Deparando-se com a obra de grandes nomes da Arquitectura, como é o caso de Louis Sullivan . Este arquitecto foi, como que uma fonte de inspiração para Loos, pois a sua noção de Estética baseava-se na premissa de que “a forma segue sempre a sua função”.

Em 1896 volta para a Europa, com maior conhecimento, de modo a aplica-lo na Arquitectura “europeia”.


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