domingo, 24 de junho de 2012

O conceito de Good Design (Al. Guten form)


O Design Industrial é como que uma concepção de objetos para fabrico industrial, tal como o nome indica, por meio de máquinas, e em série. A profissão de designer tem sofrido várias alterações ao longo do tempo. Em 1961, o papel do designer consistia em desenvolver a forma do produto (aparência). O designer é o individuo que coordena, integra e articula todos os factores que, de uma maneira ou de outra, participam no processo construtivo da forma de um produto. Preocupa-se também com factores relativos à utilização, fruição e ao consumo individual ou social do produto (factores funcionais, simbólicos ou culturais), como os que se relacionam com a sua produção (factores técnico-económicos, técnico-construtivos, técnico-sistémicos, técnico-produtivos, técnico-distributivos). A atividade do designer em coordenar, integrar e articular os diversos factores está fortemente condicionada pelo modo como a produção e o consumo de bens se manifestam numa determinada sociedade.
Atualmente verifica-se uma separação entre idealização e execução. É ainda possível prever que esta separação entre idealização e execução seja reduzida para dar lugar a uma maior participação criativa dos trabalhadores e utilizadores.
O designer industrial é como que um mediador entre as necessidades dos consumidores e dos objetos, entre a produção e o consumo.
O design industrial faz a ponte entre a necessidade e o necessário, entre o processo de produção e o processo de reprodução matéria, emergindo desse processo um “fenómeno social total”. Como tal não pode ser analisado isoladamente, mas sempre em relação a outros fenómenos com os quais constituem um único tecido colectivo.

Guten form  foi o primeiro conceito de good design, que surgiu na década de 40 do século XX por Max Bill, Otl Aicher, Inge Aicher-Scholl, entre outros. Este conceito prende-se em conceber boa quantidade associada `qualidade, por um preço acessível – industrialização. Para tal, era necessário abdicar da personalização e adoptar os princípios da massificação – produtos socialmente transversais que requerem uma apetência para aceitar mais do mesmo.

Em resposta às necessidades dos princípios da massificação da industrialização surge o conceito de guten form/good design que, sem sair do modo industrial, cria produtos modernos, esteticamente apelativos, que se enquadram nas exigências do seu tempo, a um baixo custo, embora seriados e iguais para todos. Para simplificar todo o processo, há um esforço em simplificar, racionalizar e depurar os objetos (conceito social e intelectualmente aliciante).

O conceito de Good Design destacou-se na exposiçãoo de max Bill na década de 40 do século XX. Bill compreendeu que para implementar o conceito de goog design era necessário formar profissionais (a Bauhaus já tinha fechado) e então decidiu abrir a Escola de Ulm (HFG).

Bill pegou numa escola e num corpo docente já existente e repensou o processo formativo para dar continuidade à Bauhaus que tinha sido interrompida pela guerra. A escola contou com uma conferencia inaugural dada por Walter Gropius. Tomás Maldonado e outros artistas tomam as rédeas da escola e expulsam Max Bill, por acharem que o caminho não é voltar ao passado mas sim, formar uma nova classe que fizesse frente aos engenheiros de produto, mas que também não fossem artistas. Queriam formar designers industriais! Com esta revolta, dá-se uma viragem de paradigma da escola, passando da fase artística (Max Bill) para a fase de Maldonado. Este e Dieter Rams defendiam a superioridade da ética na técnica e na função do design relativamente à estética. Os designers industriais não podem ser substituídos por engenheiros. Quando Maldonado entra na direção da Escola de Ulm faz uma ligação com a Braun.

Segundo Maldonado “(...) design industrial é uma atividade projectual que consiste em determinar as propriedades dos objetos produzidos industrialmente. Entende-se por características formais não só as exteriores, mas também, e sobretudo as relações funcionais e estruturais que tornam o objeto numa unidade coerente, quer do ponto de vista do produto, quer do ponto de vista do utilizador. Pois que, enquanto que a preocupação exclusiva pelas características exteriores do objeto esconde frequentemente o desejo de o fazer parecer mais atraente ou mascarar as suas fraquezas construtivas, as propriedades formais de um objecto – pelo menos como eu as entendo – são sempre o resultado da integração de diversos factores, sejam eles do tipo funcional, cultural, tecnológico ou económico. Por outras palavras, enquanto as características exteriores dizem respeito a qualquer coisa que aparente ser uma realidade estranha, isto é, algo desligado do objecto e que não se desenvolveu conjuntamente com ele, as propriedades formais, pelo contrário, constituem uma realidade que correspondem à organização interna, lhe é intimamente vinculada e conjuntamente desenvolvida.” (Maldonado, Tomás)
Este conceito de Maldonado vai de encontro ao conceito de good design, pois revela uma intima relação entre a forma e a função. Enquanto que o Stylling se preocupa unicamente com o exterior do objecto, o good design preocupa-se com as suas características construtivas, requerendo também uma forma ou aspecto exterior.

Os princípios de good design, segundo Dietr Rams:

O Bom Design é...

      1)     inovador
      2)     tornar útil um produto
      3)     estético
      4)     compreensível
      5)     discreto
      6)     honesto
      7)     durável
      8)     consistente
      9)     amigo do ambiente
      10)  é menos design

O conceito de good design tornou-se então numa moral, ou seja, os objetos que pertencessem a este grupo (Max Bill) não podiam sequer ser considerados design. Houve uma rejeição a todos os registos por parte dos designers que contaminam os restantes grupos sociais (em especial a sociedade média-alta, que surgiu no pós-guerra e era um grupo bem instruído e remunerado).

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